segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Anabolizantes e Ginecomastia
O termo ginecomastia é usado para descrever um crescimento glandular da mama masculina. É uma alteração benigna, que, no entanto pode trazer conseqüências psicológicas, sobretudo na auto-estima e no contato social (vergonha de usar determinadas roupas, tirar camisa, etc). É uma alteração comum na adolescência sendo que 40% dos casos acontecem entre os 14 e 15 anos1. Há uma tendência a aumento dessa incidência com o passar de idade podendo chegar a 60% nos homens na 7ª década de vida 1.
A Ginecomastia pode ter várias causas entre estas o uso de medicações anabolizantes. Dados recentes mostram que o uso de anabolizantes está crescendo entre os jovens pertencentes a diferentes classes sociais no Brasil 2 e o consumidor preferencial está entre 18 e 34 anos de idade e do sexo masculino segundo dados do CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas).
Seja qual for a causa, a ginecomastia ocorre mais comumente por um desequilíbrio hormonal. O aumento circulante do hormônio feminino estradiol e/ou diminuição dos hormônios masculinos testosterona/dht pode levar à ginecomastia. A fórmula significa que existe uma proporção e um equilíbrio entre os hormônios envolvidos. No caso de usuários de anabolizantes essa proporção poderá se alterar consideravelmente.
Os anabolizantes, quando são utilizados sem motivos médicos, tem a finalidade de promover o maior rendimento na atividade física, ganho de massa muscular na procura de um suposto corpo ideal. Porém, é comum a procura desses jovens no consultório de cirurgia plástica com a seqüela da ginecomastia após o uso indiscriminado de anabolizantes. Estudos demonstram que a ginecomastia ocorre em 52% dos usuários de anabolizantes 3.
O tratamento da ginecomastia é preferencialmente cirúrgico. A cirurgia plástica realizada é dependente do grau da ginecomastia. O que diferencia os graus é o excesso de glândula, gordura e pele . A classificação é assim definida:
• Grau 1: pequeno aumento da mama, visível, sem redundância de pele.
• Grau 2A: aumento moderado da mama, sem pele redundante.
• Grau 2B: aumento moderado da mama, com pele redundante.
• Grau 3: grande aumento da mama, com abundante redundância de pele (pendular).
O tratamento atualmente é feito com auxílio de lipoaspiração. Entretanto, é necessário realizar pequena incisão próxima à aréola para retira o excesso de glândula mamária.
Ocorre uma dificuldade maior quando há excesso de pele na mama masculina. Isto obriga o cirurgião plástico a realizar uma incisão completa na aréola ou eventualmente até mesmo uma incisão em T invertido nos casos de ginecomastia grau 3, pois o raciocínio cirúrgico é semelhante ao de uma mama feminina (figura).
A ginecomastia é a complicação mais freqüente no uso de anabolizantes. O grau da ginecomastia é diretamente proporcional à freqüência e continuidade de seu uso. Quanto maior o grau da ginecomastia, mais agressivo será o tipo de cirurgia plástica necessária para seu tratamento. Assim sendo, é ideal que o homem que perceba o crescimento de suas mamas faça a interrupção dos anabolizantes. Manter o uso de anabolizantes pode agravar o grau da ginecomastia acarretando um tratamento mais agressivo e com mais cicatrizes.
Fonte: http://www.fisiculturismo.com.br/
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